terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cadavre Exquis



Assisti novamente ao filme Noiva Cadáver, de Tim Burton, e mais uma vez fiquei encantada com esse longa-metragem feito em stop motion. Curiosa em saber quais são os novos projetos do cineasta, deparei-me com um conto, iniciado por Burton, e que vem tomando forma graças às intervenções de centenas de internautas. A história, Cadavre Exquis, está sendo teclada por muitas mãos. Cada participante pode ter seu trecho de 140 caracteres (tweet) escolhido para compor a trama. Torne-se co-autor desse projeto Tribizarro.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Up And Coming Tour - Banda em fuga




Não tive o privilégio de ver o show de Paul McCartney em Porto Alegre. Pela TV, conferi hoje à noite os melhores momentos da apresentação de São Paulo. Fiquei encantada com a simpatia e disposição do eterno beatle. Para conferir mais músicas do astro inglês, entrei no Youtube e tive uma agradável surpresa ao acessar o canal oficial do cantor. Lá foi postado um vídeo com um breve olhar da equipe de produção sobre os fãs gaúchos e sobre Porto Alegre. Vale a pena conferir. No vídeo, você quase não vê Paul, mas terá a oportunidade de observar o frenesi que sua presença provocoucou.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

LibertaDORES 2010

Alívio




Assim como no jogo no México, o Inter começou perdendo, mas felizmente Rafael Sobis estava lá, um leve toque com a ponta da chuteira mudou o rumo da partida e da história do Internacional.


Segue abaixo trecho extraído de matéria do G1, de Alexandre Alliatti e Richard Souza. Assim se inicia a notícia da vitória:

Campeão da América. Campeão do mundo. Campeão de tudo. E agora campeão da América de novo. Campeão de tudo e mais um pouco. Campeão de tudo que existe e um tanto mais. Campeão, campeão e campeão! Mil vezes campeão! Não foi apenas em um jogo de futebol que o Inter venceu o Chivas por 3 a 2 e virou bicampeão da Libertadores. Foi em uma cerimônia muito superior: uma celebração do coloradismo, um ritual de entrada na maturidade dos gigantes do futebol mundial. Não termina mais aquilo que começou em 2006. Não tem mais fim. O Inter é campeão! De novo!
 
Abaixo o trecho final. Não dá para negar que eles têm uma certa quedinha pelo Inter.


Inter fez mais um. Sabe por quê? Porque essa final tinha que ter um gol de Giuliano. E tinha que ser no final. Tinha que ser! Predestinado. Foi o sexto gol do meia em uma Libertadores toda dele, toda do Inter, toda dos colorados. Os mexicanos, com Araujo, ainda fizeram o segundo. Pouco importa. Que venha o Mundial!


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sou interno de um hospício

Admito: sou interno de um hospício. Com essa frase Günter Grass, dá inicio ao seu fantástico O Tambor. Em 2009, fui seduzida pela trajetória de Oscar Matzerath e seus múltiplos talentos, contidos em um corpo diminuto e disforme, assim como o seu caráter.

"...a partir de meu terceiro aniversário, não cresci um dedo a mais; estacionei nos três anos, mas também como uma tríplice sabedoria: superado no tamanho por todos os adultos, mas tão superior a eles; sem querer medir minha sombra com a deles, mas interior e exteriormente já acabado, enquanto eles, mesmo em idade avançada, continuavam se infernizando a propósito de seu desenvolvimento; compreendendo o que os outros somente logram com a experiência e frequentemente a duras penas; sem precisar mudar ano após ano os sapatos e calças para demonstrar que algo crescia".

Quando li a obra de Grass tive muita vontade de estudá-la mais afundo, especialmente o estilo narrativo adotado pelo autor, ora na primeira pessoa, ora na terceira. Na semana passada, buscando algumas dissertações e teses sobre cinema me deparei com um trabalho sobre o livro e sua adaptação ao cinema, de Volker Schlondörff. Em uma primeira olhada, pareceu-me um estudo muito interessante. Deixo aqui o link de Estratégias narrativas em O tambor: o diálogo entre a literatura e o cinema, de Elisandra de Souza Pedro.

Lembro-me que, quando criança, um pouco maior que o pequeno Oscar, ouvi meus pais conversando sobre um filme que contava a história de um menino que não crescia. Na ocasião, temi que algo semelhante ocorresse comigo. Hoje, com quase 30 anos e não muito grande, me divirto ao ler as palavra de Oscar: "Trinta anos é uma boa idade para o sedentário: ou então, me deixo pregar, me afundo no mundo, só porque tenho trinta anos, e desempenho o messias que insistem em ver em mim, e, contra minha própria convicção, faço de meu tambor mais o que ele é: converto-me em símbolo, fundo uma seita, um partido ou ao menos uma loja maçônica".

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Vergüenza

Devo admitir: torci para a Alemanha. Não é fácil apoiar nossos hermanos, não para mim. Sei que depois das declarações do capitão da seleção alemã, Philip Lahm, sobre como os sul-americanos são temperamentais, deveria ser solidária aos nossos vizinhos de continente. Mas não consegui. Talvez a semelhança do uniforme da argentina com a equipe arqui-inimiga do meu time do coração tenha contribuído com a minha predileção pelos alemães-batata. Talvez sejam os meus ancestrais, não posso precisar o motivo de minha escolha.

Posso sim, aplaudir o povo argentino e me envergonhar da reação de meu próprio país. Faltou pouco para jogarmos tomates nos jogadores derrotados, assim como no técnico, escolhido como o bode expiatório da ocasião. A CBF demitiu toda a comissão técnica sem sequer avisá-la em um encontro formal. Pelo menos, é o que transpareceu nos noticiários do dia.


Já nosso hermanos, quanta diferença. Lotaram as ruas, apesar de um 4 x 0 embaraçoso. Eles não se abalaram. Aplaudiram os atletas que tombaram diante uma Alemanha imbatível. Alguns dirão que essa empolgação ocorreu em virtude da gratidão do povo argentino ao seu maior ídolo: Diego Maradona. Outros dirão que Dieguito apoiou os seu pupilos mesmo na queda, abraçou e beijou um a um após a derrota, enquanto Dunga se dirigiu ao vestiário assim que o apito final assinalou nossa derrocada. Tombamos com dignidade, 2 a 1 não pode ser considerado um placar vergonhoso. Vergüenza tengo de mi patria!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

La Chascona

Como o adversário de hoje é o Chile, prestarei uma homenagem a Neruda.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente,

y me oyes lejos, y mi voz no te toca.

Parece que los ojos se te hubieran velado

y parece que un beso te cerrara la boca.



Como todas las cosas están llenas de mi alma

emerge de las cosas, llena de alma mía.

Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,

y te pareces a la palabra melancolia.



Me gustas cuando callas y estás como distante.

Y estás como quejándote, mariposa en arrulo

Y me oyes desde lejos y mi voz no te alcanza:

déjame que me calle com el silencio tuyo.


Déjame que te hable también con tu silencio.

Claro como una lámpara, simple como un anillo

Eres como la noche, callada y constelada

Tu silencio és de estrella, tan lejano y sencillo.


Me gusta cuando callas porque estás como ausente.

Distante y dolorosa como se hubieras muerto.

Una palabra entonces, una sonrisa bastan.

Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A portuguesa

Nesta sexta-feira de confronto com nossos "patrícios", deixo aqui uns versos de Florbela Espanca:

Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d’açucenas

Escreve-me! Há tanto, há tanto tempo
Que te não vejo, amor! Meu coração
Morreu já, e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d’oração!

“Amo-te!”Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d’amor e felicidade!

Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então…brandas…serenas…
Cinco pétalas roxas de saudade…

domingo, 6 de junho de 2010

Herbsttag

Dia de outono

"Senhor, foi um verão imenso: é hora.

Estende as tuas sombras nos relógios

de sol e solta os ventos prado afora..."

Tradução de Nelson Ascher para o poema Herbsttag de Rainer Maria Rilke. Confira a íntegra no blog do Antonio Cicero.

Amarelo indescritível


Por mais de 15 dias, esse blog não recebeu novos posts. Devo admitir, é um péssimo começo. Às vezes, confesso, sinto dificuldades em escrever. Prefiro as imagens, as janelas entreabertas e o amarelo impronunciável dos plátanos - talvez a palavra mais exata seria indescritível.

As fotografias que acompanham o post foram feitas neste domingo em Morro Reuter.






sexta-feira, 21 de maio de 2010

30 anos


Até domingo, poderemos matar as saudades do Pac-Man (por onde andará o meu Atari). Para marcar os 30 anos do jogo, o Google ilustrou sua página inicial de buscas com uma nova versão do "caçador de fantasminhas". O melhor de tudo é que não se trata de uma imagem estática. É possível interagir, passar de fase e lembrar dos saudosos anos 80.

Um brinde à precipitação

Infelizmente, antibióticos me impediram de comemorar com uma Quilmes gelada a conquista da vaga à semifinal da Libertadores. Aliás, em uma fria entraram os nuestros hermanos que açodadamente lançaram sinalizadores atrás do gol de Orión. Talvez o propósito não fosse unicamente comemorar a iminente vitória. Quando a fumaça tomou conta daquela parte do campo, pensei que tratava-se de uma estratégia para atrapalhar ainda mais o ataque do Inter, que até aquele momento não tinha representado perigo. Chegamos a comentar, aqui em casa, como seria irônico se o  colorado conseguisse naquela fumaceira acabar com a festa argentina. Dito e feito. Giuliano esfumaçou a arrogância adversária. SALUD!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sabor de infância

Neste dia de renguear cusco, com uma chuva fininha lambuzando os vidros, me recolho às boas lembranças da infância. Recordei-me de quando minha mãe me buscava na creche Gato de Botas, na Avenida São Pedro, e da felicidade de voltar para casa. No caminho, sempre fazíamos uma parada estratégica na padaria. E lá estava exposta a maior de todas as tentações, pelo menos para uma criança. Aquele sorriso de dentes coloridos...Expostos no balcão, onde seriam pagos os pães e o leite, eram oferecidos os pacotes de Mini Chicletes. A mercadoria era exibida na prateleira mais baixa, justamente aquela que pequeninos olhos podiam alcançar.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mascote

Em tempos de Copa do Mundo, apresento aqui a mascote desse blog. Na verdade, a Tuti, essa criatura verdinha que te observa, caro leitor, é a responsável por essa empreitada virtual. Antes desse pequeno réptil passar uma temporada em minha casa, jamais pensei em compartilhar minhas histórias com internautas mundo afora. Me contentava em despejar meus causos sobre amigos, familiares e colegas de trabalho. A partir de agora, darei uma folga para essa turma.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O resto é silêncio

Quando conduziram Ivone de sua casa para a ambulância, ela levava consigo a roupa do corpo e seus calçados. Nada mais. Não esboçou resistência e nem sequer desconfiou que a delatora fora a vizinha de porta. Ficou satisfeita apenas por não estar descalça. À noite, no quarto compartilhado com os outros pacientes, deitou-se com os cadarços amarrados aos cabelos. Despertaria, sem dúvida, se tentassem roubar-lhe o último bem. Naquela emaranhado, cabia-lhe da fronha a terça parte. O resto, a imensidão do travesseiro, era ocupado pelo par de sapatos. A cama, àquela hora, era o jazigo de sua loucura.

Texto escrito em 2007 para a Revista i!

No ar

Embora ainda esteja em fase de testes, entra no ar nesta manhã gelada de outono o Tri Bizarro. O objetivo desse blog é reunir histórias pitorescas do cotidiano, contos e curiosidades. Divirtam-se.