segunda-feira, 5 de julho de 2010

Vergüenza

Devo admitir: torci para a Alemanha. Não é fácil apoiar nossos hermanos, não para mim. Sei que depois das declarações do capitão da seleção alemã, Philip Lahm, sobre como os sul-americanos são temperamentais, deveria ser solidária aos nossos vizinhos de continente. Mas não consegui. Talvez a semelhança do uniforme da argentina com a equipe arqui-inimiga do meu time do coração tenha contribuído com a minha predileção pelos alemães-batata. Talvez sejam os meus ancestrais, não posso precisar o motivo de minha escolha.

Posso sim, aplaudir o povo argentino e me envergonhar da reação de meu próprio país. Faltou pouco para jogarmos tomates nos jogadores derrotados, assim como no técnico, escolhido como o bode expiatório da ocasião. A CBF demitiu toda a comissão técnica sem sequer avisá-la em um encontro formal. Pelo menos, é o que transpareceu nos noticiários do dia.


Já nosso hermanos, quanta diferença. Lotaram as ruas, apesar de um 4 x 0 embaraçoso. Eles não se abalaram. Aplaudiram os atletas que tombaram diante uma Alemanha imbatível. Alguns dirão que essa empolgação ocorreu em virtude da gratidão do povo argentino ao seu maior ídolo: Diego Maradona. Outros dirão que Dieguito apoiou os seu pupilos mesmo na queda, abraçou e beijou um a um após a derrota, enquanto Dunga se dirigiu ao vestiário assim que o apito final assinalou nossa derrocada. Tombamos com dignidade, 2 a 1 não pode ser considerado um placar vergonhoso. Vergüenza tengo de mi patria!