quinta-feira, 19 de agosto de 2010

LibertaDORES 2010

Alívio




Assim como no jogo no México, o Inter começou perdendo, mas felizmente Rafael Sobis estava lá, um leve toque com a ponta da chuteira mudou o rumo da partida e da história do Internacional.


Segue abaixo trecho extraído de matéria do G1, de Alexandre Alliatti e Richard Souza. Assim se inicia a notícia da vitória:

Campeão da América. Campeão do mundo. Campeão de tudo. E agora campeão da América de novo. Campeão de tudo e mais um pouco. Campeão de tudo que existe e um tanto mais. Campeão, campeão e campeão! Mil vezes campeão! Não foi apenas em um jogo de futebol que o Inter venceu o Chivas por 3 a 2 e virou bicampeão da Libertadores. Foi em uma cerimônia muito superior: uma celebração do coloradismo, um ritual de entrada na maturidade dos gigantes do futebol mundial. Não termina mais aquilo que começou em 2006. Não tem mais fim. O Inter é campeão! De novo!
 
Abaixo o trecho final. Não dá para negar que eles têm uma certa quedinha pelo Inter.


Inter fez mais um. Sabe por quê? Porque essa final tinha que ter um gol de Giuliano. E tinha que ser no final. Tinha que ser! Predestinado. Foi o sexto gol do meia em uma Libertadores toda dele, toda do Inter, toda dos colorados. Os mexicanos, com Araujo, ainda fizeram o segundo. Pouco importa. Que venha o Mundial!


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sou interno de um hospício

Admito: sou interno de um hospício. Com essa frase Günter Grass, dá inicio ao seu fantástico O Tambor. Em 2009, fui seduzida pela trajetória de Oscar Matzerath e seus múltiplos talentos, contidos em um corpo diminuto e disforme, assim como o seu caráter.

"...a partir de meu terceiro aniversário, não cresci um dedo a mais; estacionei nos três anos, mas também como uma tríplice sabedoria: superado no tamanho por todos os adultos, mas tão superior a eles; sem querer medir minha sombra com a deles, mas interior e exteriormente já acabado, enquanto eles, mesmo em idade avançada, continuavam se infernizando a propósito de seu desenvolvimento; compreendendo o que os outros somente logram com a experiência e frequentemente a duras penas; sem precisar mudar ano após ano os sapatos e calças para demonstrar que algo crescia".

Quando li a obra de Grass tive muita vontade de estudá-la mais afundo, especialmente o estilo narrativo adotado pelo autor, ora na primeira pessoa, ora na terceira. Na semana passada, buscando algumas dissertações e teses sobre cinema me deparei com um trabalho sobre o livro e sua adaptação ao cinema, de Volker Schlondörff. Em uma primeira olhada, pareceu-me um estudo muito interessante. Deixo aqui o link de Estratégias narrativas em O tambor: o diálogo entre a literatura e o cinema, de Elisandra de Souza Pedro.

Lembro-me que, quando criança, um pouco maior que o pequeno Oscar, ouvi meus pais conversando sobre um filme que contava a história de um menino que não crescia. Na ocasião, temi que algo semelhante ocorresse comigo. Hoje, com quase 30 anos e não muito grande, me divirto ao ler as palavra de Oscar: "Trinta anos é uma boa idade para o sedentário: ou então, me deixo pregar, me afundo no mundo, só porque tenho trinta anos, e desempenho o messias que insistem em ver em mim, e, contra minha própria convicção, faço de meu tambor mais o que ele é: converto-me em símbolo, fundo uma seita, um partido ou ao menos uma loja maçônica".